quinta-feira, agosto 09, 2012

Chapada Diamantina/BA


    Chegamos à cidade de Lençóis/BA, e fomos recebidos no GAL – Grupo Ambientalista de Lençóis, fruto do trabalho do Alexandre. O GAL desenvolve projetos de integração e educação socioambiental focando a conservação do meio ambiente, relevante para formação de uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável. Com projetos em educação ambiental, coleta seletiva e o projeto Sempre Verde, que atua na produção de mudas de árvores nativas e frutíferas para reflorestamento.



     Lençóis é muito agradável, recebe a energia da Chapada e é bastante turística. Possui diversas cachoeiras, poços, trilhas, onde tivemos a oportunidade de conhecer a Cachoeira da Primavera, Cachoeirinha, Serrano, Poço Halley, Ribeirão do Meio, Poço do Rio Mandassaia.



      Depois de curtir e trabalhar muito em Lençóis, partimos em direção ao Vale do Capão, um caminho muito acidentado com várias subidas e descidas. Dormimos a primeira noite na floresta, ao lado da estrada. Logo pela manhã, partimos para mais um dia de pedalada e pelo meio da manhã paramos para descansar e curtir o Rio Mucugezinho. Ele tinha várias cachoeiras, em especial o Poço do Diabo, com sua grande queda d’agua. 


     Na segunda noite na estrada dormimos aos pés do Morro do Pai Inácio, uma noite bem fria com o inverno chegando. Pela manhã fizemos o velho cuscuz e continuamos pelas ladeiras. Tínhamos como meta a cidade de Palmeiras/BA, onde o Vale do Capão se encontra, dentro do distrito de Caeté-açú.



    Saimos do sobe e desce das montanhas e pegamos um trecho plano e seco pra dentro do sertão pra chegar em Palmeiras. Ao anoitecer, já na cidade, buscamos um local com árvores para armar as redes e nos preparar para os 22 km de estrada de chão, sendo 12 km só de subidas. Após o café da manhã demos início à empreitada, um caminho com paisagens espetaculares, rios, morros e cachoeiras. Foi um trecho bem desgastante, mas que vale pelo visual e pela vista da chegada ao vale, recebidos pela Cachoeira do Riachinho e pela exuberante mata, que se distingue da caatinga que se vê na entrada de Palmeiras, essa mata alta é que batiza o local com nome de Capão ou Caeté-açú.


   Chegamos ao anoitecer nos Campos, a parte mais alta do Vale, onde se pode observar um visual panorâmico da região. Entramos com o tempo fechado e uma chuva que se iniciava depois de meses de seca. Fomos surpreendidos por um morador, o Ever, um artesão, que nos acolheu e no dia seguinte nos apresentou o Vale. Em direção à Mata, uma localidade do Vale do Capão, cruzamos com Rafael Planta, companheiro de Drica, ambos permacultores e artistas circenses, amigos de Fortaleza. Na casa deles passamos uma noite agradável, com bastante conversa na fogueira, já que eles iam de visita a Fortaleza no dia seguinte. Aproveitamos e mandamos presentes às nossas famílias.

   Na casa do Planta e da Drica fomos apresentados a Martin, um argentino que também viajava de bicicleta, permacultor e que já está no vale há muitos anos. Tivemos o prazer de ficar na sua casa e trocar experiências sobre bioconstrução, permacultura e aglofloresta. Um grande amigo, uma pessoa que transmite muita paz e bondade, acompanhado de sua esperta filha Cidreira. No dia a dia com Martin desenvolvemos uma série de trabalhos, desde bioconstrução de paredes de taipa, forno e fogão de barro a manejos de agloflorestas.




O vale é rodeado de cachoeiras, então fomos desbravar algumas trilhas: Cachoeira da Purificação, Cachoeira da Fumaça (com mais de 300 metros de altura), Cachoeira da Angélica, e a mais surpreendente, a Cachoeira de Águas Claras, entre o Morrão e o Morro dos Cristais. Para chegar é necessária uma boa orientação, partimos no período da tarde para a trilha, não conseguimos achar o caminho correto, fomos em outra direção, distanciando-se do ponto de orientação que é o Morrão. Como a noite chegava, resolvemos acampar a beira de um riacho. Lá acendemos uma fogueira para recebermos mais tarde uma noite fria e de fortes ventos.





   O Vale do Capão além de suas belezas naturais, é um lugar com um ótimo astral, por isso recebe viajantes, artesãos, artistas e turistas. Possui uma cultura bem agitada, com pessoas de todos os cantos do mundo se apresentando no circo do capão, expondo suas artes na feira de domingo ou se encontrando nas quartas-feiras no cinema na praça.








  Depois de um mês na Chapada Diamantina, sentimos saudades do mar e resolvemos mudar o roteiro, descendo a leste, rumo à Costa do Cacau pra atracar em Ilhéus/BA.

Álbum:
Chapada Diamanina/BA
https://picasaweb.google.com/106937694711788467282


Agradecimentos
GAL - Grupo Ambientalisata de Lençóis - http://www.gal.org.br/
Rafael Planta e Drica
Martin e Cidreira
Ever