Deixamos o
Vale do Capão com saudade daquele lugar especial, bem ansiosos em sentir a
brisa do mar, rumávamos ao litoral sul da Bahia. Na primeira noite dormimos
próximo a uma estrada de chão, para já pela manhã aguardar carona, pois o
Junior havia machucado o joelho e não podia pedalar, passamos o dia aguardando
quando no fim da tarde um caminhão carregado de britas nos leva 100 km a frente, passando
pelo povoado de guiné ainda na Chapada Diamantina, podemos desfrutar de um
visual espetacular das grandes montanhas que circundam o Vale do Paty.
Fomos deixados
no distrito de Cascavel em Ibicoara/BA, a beira de um posto de gasolina, neste
lugar passamos três dias aguardando mais uma carona. A região tem um solo
bastante fértil, muito aproveitado por agroindústrias de café, batata, tomate,
eucalipto e outras mais. Conhecemos bastante caminhoneiros que nos deram
apenas informações, pois grande parte faziam outros caminhos, diferentes do que queríamos ir.
Passamos o dia esperando na estrada e, o que saiu de bom, foram os três quilos
de batata frita que ganhamos de uma fábrica próxima. E carona nada. Pela manhã
do dia seguinte, conseguimos sair da cidade com um caminhoneiro mineiro que nos
deixou em Sussuarana, distrito da cidade de Tanhaço no sertão sul da Bahia. Às
margens do Rio de Contas conhecemos o seu Jorge, dono de um restaurante e
pousada logo ao lado. Passamos um dia agradável desfrutando a hospitalidade do
lugar e, durante a noite fomos à festa que acontecia na praça da localidade
para expor nossos trabalhos. Na volta descansamos na pousada que o seu Jorge
nos disponibilizou.
Na tarde do
dia seguinte partimos em direção a Caetanos/BA, uma pequena cidade no meio do
sertão, apenas sendo acessada por estradas de chão. Na primeira noite, no
início da estrada de terra, paramos para descansar embaixo d’umbuzeiro,
preparamo-nos para encarar a estrada pela manhã.
Logo cedo
partimos em direção ao Rio Gavião, que estava no meio do caminho. Foi uma
chagada bem difícil pela condição da estrada e por haver necessidade de fazer
alguns reparos nas bicicletas. A beira do rio passamos uma tarde descansando e
preparando o almoço. As pessoas do local nos ajudaram e contaram fatos da
região, como o êxodo de grande parte dos homens que deixam suas famílias
durante metade do ano para colher café em Minas Gerais, também
nos alertaram da existência de onças na região, as Sussuaranas. Conhecemos até
uma cearense que morava no lugar, a qual nos recebeu em sua casa e nos preparou
um lanche especial.
Na partida
para Caetanos/BA, nos indicaram um vereador que mora no meio do caminho e que
poderia nos ajudar. Seguimos o rumo perguntando do vereador, chegando próximo
de sua casa com a lua cheia clareando nosso caminho. Tivemos que dormir na
estrada, chegando no outro dia pela manhã em Caetanos/BA e tendo a notícia que
o vereador estava assustado conosco devido seus vizinhos acharem que o violão
carregado nas costas pelo Junior era um rifle e que estávamos indo atrás dele
para um acerto de contas. Acabou em muitas risadas no outro dia. Conseguimos
através de um diálogo na prefeitura uma carona por um caminho montanhoso em
meio às estradas de terra até Bom Jesus da Serra/BA.
Chegamos à cidade e
tivemos logo a notícia de um artesão local que poderia dos receber. Fomos ao
seu encontro e tivemos o prazer de conhecer o Vavá! que faz belos trabalhos com
barro e que nos acolheu para uma noite gostosa.
Continuávamos
com a caravana pela manhã, em direção a Poções/BA e já nos deparávamos com a
transição entre Caatinga e Mata Atlântica, entrávamos em uma região com uma
mata mais alta e água abundante. Passamos a noite na cidade e conhecemos uma
casa de apoio ao migrante, onde descansamos. Fomos rumo a Nova Canaã/BA, depois
de colher informações sobre o trajeto onde encontraríamos rios e nascente
próximos a pista, além de 10Km de descida entre montanhas. Chegamos a uma
região muito agradável, já na Mata Atlântica, entretanto já bastante degradada
para o cultivo do gado. Passamos pelas cidades de Nova Canaã, Iguaí, Ibicuí,
Ibicarai, entre outras, cidades já próximas ao litoral com um povo bem
simpático e receptivo
.
.
Ilhéus já estava perto e sentíamos a brisa do mar.
Passamos por Itabuna/BA, ávidos para chegar à praia, 30Km separavam as duas
cidades. Partimos pelo fim da tarde e ficamos no meio do caminho, na UESC
(Universidade Estadual de Santa Cruz), conhecemos um pessoal legal que nos
acolheu por uma noite antes da chegada em Ilhéus. Chegando
ao destino no fim da tarde já para ficar na casa de Wiliam e Nina, dois amigos
que conhecemos também na universidade e que nos receberam para duas noites
agradáveis.
Álbum:
Chapada Diamantina - Ilhéus/BA
https://picasaweb.google.com/106937694711788467282/ChapadaDiamantinaIheusBA#
Já estamos no Mato Grosso do Sul, rumo ao pantanal...
Agradecimentos...
Em Ribas do Rio Pardo/MS